domingo, 9 de agosto de 2009

PREFÁCIO

O paradigma desenvolvido por Carl Rogers contribui de um modo rico e singular com a concep-ção e método do trabalho em psicologia e psicoterapia.
Carl Rogers desenvolveu, de um modo ousa-damente experimental, um modelo finamente fenomenológico existencial para a vivência psicoló-gica e psicoterápica. No burburinho de história social, científica, epistemológica, de Ontologias em que emerge a sua abordagem, uma série de fatores dificultam uma adequada compreensão de seu mo-delo. Levando a distorções, ou a vulgarizações empobrecedoras.
Dentre estes fatores, a própria precariedade, freqüentemente, da explicitação das bases fenome-nológico existenciais do modelo, precariedade da explicitação do nexo fenomenológico existencial de suas concepções e metodologia, e mesmo os natu-rais equívocos, que a história vai revelando. Junte-se a isto o pouco conhecimento da Fenomenologia e de sua história, o pouco conhecimento da filosofia da vi-da de Nietzsche e de Dilthey, o pouco conhecimento dos esclarecimentos de Buber, no meio da psicologia e da psicoterapia.
Estamos, agora, a superar essas limitações Conhecemos cada vez mais sobre cada uma dessas importantes contribuições que contextualizaram o desenvolvimento do paradigma rogeriano.
Nessas condições ressalta a importância, a singularidade, a lógica do paradigma rogeriano.
De modo que podemos apreciar a riqueza de sua aplicação como concepção e método de trabalho psicológico e psicoterápico, nas várias áreas de apli-cação da psicologia e da psicoterapia. Ao tempo em que podemos apreciar como o paradigma rogeriano contribui, de um modo marcante, para a elucidação, e para a constituição, do sentido conceitual e meto-dológico específico deste trabalho.
O presente livro tematiza os fundamentos e nexos fenomenológico existenciais do paradigma rogeriano. Os dois primeiros capítulos discutem o paradigma rogeriano da perspectiva da Fenomeno-logia e do Existencialismo; o terceiro capítulo ressalta a característica de vivência fenomenal – pá-tica – como modo privilegiado de ser no âmbito da vivência da metodologia de Carl Rogers; o quarto capítulo discute o caráter não teorético e igualmente não prático do modo de vivência do paradigma ro-geriano; o capítulo cinco discute características fundamentais das psicologias e psicoterapias feno-menológico existenciais; e o capítulo seis discute algumas questões da concepção rogeriana que po-dem ser melhor enfocadas de um ponto de vista fe-nomenológico existencial.


Enseada de Jatiúca, Maceió, Abril 2006.